Nos limites do meu copo transparente é fácil perceber que um sexto do meu café esta saturado por uma visível camada branca de açúcar (que provavelmente ainda vai me matar).
Sei que não devo tomar tanto açúcar, mas ás vezes há algo em mim que parece ser um piloto automático definido como qualquer coisa que não seja minha consciência.
Um piloto automático descontrolado, e imprudente por natureza.
Queria que hoje fosse um daqueles dias em que eu pareço perceber a vida de maneira diferente ou sensível, mas não é. Hoje é um dia sem sal em que eu não vou acreditar em casamentos eternos, pessoas honestas, relacionamentos abertos. Hoje vou banalizar a solidão a dois, sexo a três e pedir comida pra viajem.
Hoje eu queria ser uma “Miss. Algumacoisa“ superficial e com belos dentes.
Hoje eu queria ser um cara gordo no sofá vendo bundas seminuas na televisão.
Queria mesmo esquecer as pessoas, as horas, as horas das pessoas.
E se algo der errado Hakuna Matata, vou fazer cara de doente, colocar a mão na barriga e fingir uma dor. (isso sempre funciona)
Hoje eu quero tomar meu café e não fazer mais nada além de me sentar aqui e ser o ignorante (porém feliz) que não vai saber das notícias diárias. Então não espere nada de mim, nenhuma frase de efeito, não espere ligações ou ouvir pedrinhas batendo em sua janela em meio à madrugada. Declarações do tipo
“Eu te amo” e nem sequer um “Eu gosto de você”, talvez hoje a coisa mais significativa que provavelmente vai me ouvir dizer é : Me-passe-o-açúcar.
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