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set
23
1 comentario - Arquivado em ELA

Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade.
Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais.
Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer  não derramo uma lágrima.

Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz. Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais. Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo. Nem eu sou o que penso que eu sou. Nem nós o que a gente pensa que tem.

Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho sem salário e não entendo de economizar. Nem de energia. Esbanjo-me até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho. Não acredito em duendes, bruxas, fadas ou feitiços. Não vou à missa. Nem faço simpatias. Mas, rezo pra algum anjo de plantão e mascaro minha fé no deus do otimismo. Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido.

Não bebo porque só me aceito sóbria, fumo pra enganar a ansiedade e não aposto em jogo de cartas marcadas. Penso mais do que falo. E falo muito, nem sempre o que você quer saber. Eu sei. Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem no lado esquerdo das costas.

Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas e brilho no olhar, quando se traveste em sedução.

Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva. Impaciente onde você vê ousadia. Falta de coragem onde você pensa que é sensatez.

Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos. E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo.

Arnholdt

set
20

-Copo meio cheio, ou meio vazio?

Acho engraçado quando citam ou me perguntam isso. Por que não consigo ser objetiva, eu tento chegar a uma resposta na hora, mas, pra mim a questão não é ser pessimista ou otimista. Eu, simplesmente, não consigo enxergar um copo meio-alguma coisa. Eu tento visualizar um copo, e pra mim, ele sempre está transbordando ou completamente vazio. Se no momento eu estou bem: vejo o copo cheio. Se eu estou mal: o copo não tem uma gota. Sou extremista! Extremista e sentimentalista.

Não sei ser meio, metade, incompleta ou quase. Eu sou o todo ou nada, completo ou vazio, triste ou feliz. E não sei ser diferente! Não gosto de fofocas, e não me conte uma pela metade! Se vai me contar: então conta tudo, e conta direito! Também não gosto de mentira, e as meias-verdades me irritam ainda mais. Se vai mentir: então mente direito e cuide pra que eu não saiba por que isso muito me magoa. Apesar de às vezes, no caso de uma mentira bem contada, eu fazer vista grossa. Mas, em todo caso não minta! Eu prefiro a pior verdade que depois se torne uma cicatriz a um mero roxo de uma mentira bem feita.

(volta pro texto Jéssica! ¬¬)

Eu não sei gostar um pouco, sorrir por educação, cair pra fazer pequenos hematomas. Eu amo ou odeio, dou gargalhada quando acho graça e rio só porque estou feliz. E quando eu caio é sempre de muito alto, pra sangrar e eu fazer um belo escândalo. Porque depois que vira cicatriz eu rio, e acho graça! Na maioria das vezes, a adrenalina que eu senti na hora e a lembrança do tombo: me pagam o preço pela dor. Não sei ser quase! Quando eu estou triste, eu choro. Faço drama, bico e careta. Quando eu estou feliz, eu sorrio. Com a boca bem aberta e os olhos bem brilhantes. Ou é quente ou gelado, o morno raramente me satisfaz. E vou de um extremo a outro com a rapidez de um sopro! Meu dia é agitado, corrido e mutável. Há vezes que em questão de horas meu humor muda de feliz, pra triste, ansiosa e calma. Tudo muito rápido, muito veloz. Eu me faço com a velocidade de quem desfaz. Uma vez me disseram: “você é dona de extremos”.

Entretanto, aceito minha diferença e sou consciente das diferenças alheias. Independente de tanta inconstância eu vivo pra ser melhor, pra ser feliz. Eu sou EU e faço isso de propósito,’tenho a altura da minha dignidade e a beleza do meu caráter.

set
19


Eu gosto de ir à praia no inverno. Alias, é mais que meramente gostar. É quase uma necessidade física! Chego a sentir uma necessidade, de sentir a maresia gelada cortando meu rosto e cada grão de areia escorrendo pela minha mão, a incrível textura da água morna que estoura na areia bem no finzinho do dia. Gosto do céu azul me encarando e o vento me alertando pra natureza da qual eu tento fugir… Mesmo que eu sequer entre na água, olhar o mar e sentir aquela paz, já me basta!

Tardes ensolaradas têm cara de Pedra do Arpoador, dá vontade de sentir a brisa quente de cima, e observar a visão do Leme ao Pontal. Mas em dias como hoje, quando o céu está em tons de gris e o mar revolto, eu me desloco pro Leme. Sento na grama perto do forte, olho os pescadores e toda extensão de Copa Beach.

Gosto quando tenho tempo de energizar. Eu não tive animo de sentar na areia, nem tocar o mar, caminhar com os pés fincados na areia e muito menos de molhar os tornozelos. Eu só segui pelo calçadão, do forte da Copacabana até o forte do Leme, sentei na graminha e depois quis chegar mais perto, desci até as pedras. Quando as ondas estouravam nas pedras, o ar vinha com grandes gotas de água salgada, batiam no meu rosto e eu só conseguia rir. Não mergulhei, mas lavei a alma. Às vezes não precisamos nos meter no mar revolto, a confusa ressaca só nos dá caldo. Muitas vezes nos afoga.

Antes de chegar ao Leme, peguei uma Coca-cola, quando sai de lá peguei outra. É quase um ritual. Me faz bem, me traz calma, aquieta a alma. A coca-cola é um vicio, de cara dou poder ao meu ego. O mar é forte, subtraio forças. A terra (areia) é firme, aprendo com ela. Na pedra encontro a motivação certa, mil ondas podem se quebrar nela e ela permanece. O céu, azul ou gris, nunca perde sua beleza (ah, me pergunte mais vezes do céu). O vento é importante, ele traz como leva, ele tem voz e é dono de si. Me sinto mais perto da força superior, a natureza é a prova viva, algo muito maior rege todo esse grande universo!

Em uma tarde como essa, num lugar de tamanha energia positiva, fica muito palpável o quanto eu preciso ficar sozinha às vezes. Gosto do silencio, na minha cabeça existem tantas vozes, muitos EU’s. Quando as vozes em volta de mim se calam, ouço melhor minhas metades, e até consigo controlá-las. Sou capaz de ficar sentada ali horas, pensando em tudo, organizando idéias. E quando sinto que tudo está sob controle: minhas vozes se completam, entram num acordo. Consigo, com louvor, ouvir o vento e até o grande ruído do mar. Ganho forças pra continuar nessa busca (nem sempre incansável) pelo autoconhecimento, porque só quem se conhece, se doma! Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho, já dizia Cazuza.



set
12

A gente passa a vida esperando quem vai nos tirar o ar, colorir o dia, fazer uma tempestade. Incrível, mas às vezes, só falta açúcar! Um pouco de doce e tudo fica mais claro, mais gostoso! Eu sempre sei o que quero, procuro saber (antes) quando o que falta é cor ou simplesmente açúcar. Dessa vez perdi a vontade de procurar, de saber o que faltava. E não sabendo o que faltava: não procurei quem me suprisse! Se viesse cor, pintaria. Se viesse açúcar, adoçaria o café. E vindo uma tempestade, mergulharia de cabeça no mar em ressaca! Às vezes, deixar nas mãos dos outros dá mais certo. A única certeza era: eu aceitaria o que trouxessem pra mim. Fosse trago por Deus, o destino, acaso ou elementos de força superior. Então bate a brisa, surge uma bifurcação no caminho, aperece um atalho no jogo, se concretiza um plano de Deus… E Tcha-ram!

Quem conta um conto, aumenta um ponto. Eu leio vírgulas e foco nos travessões! Tão enigmático e simples de ler! Paradoxo? Pra mim você tem sabor de fruta: muito simples, muito você, gosto único! Se é cor, tempestade ou açúcar ainda não se sabe, mas, to interessada em saber.

Chega mais -não senta do meu lado- gosto de conversar olhando no olho! Vem pra perto -não te afasta- minhas verdades estão em braile na minha pele! Me mostra mais essa coragem, quero conhecer a sensibilidade do teu querer. Não gosto das intenções, mergulha sem propósito na minha insanidade! Pra que rotular? Pra que expectativas tão cedo? Vem sem medo, sem expectativa, maldade. Quero a alma nua, a mente conturbada! Um mundo cor-de-rosa, quer entrar?

set
4

1- Um link: fulano interpreta tal música de sicrano
Daí eu clico, aperto o mudo, deixo carregando, mudo de aba.
Volto, aumento o som, clico o play, mudo de aba.

2- Acaba o som, eu fecho a aba.
Às vezes, só fecho a aba, nem termino o vídeo.
Algumas outras, eu abro a aba, clico em repeat, mudo de aba.
E raramente, eu volto, clico em repeat e vejo o vídeo.


Não sou detalhista. Sou sentimentalista! Se o olhar me prende, eu reparo até como são os cílios e a cor exata da íris. Em dias quentes, reparo no preto e branco do dia colorido. Em dias nublados, o formato das nuvens. Sou do avesso, contraditória. Gosto de quebrar impressões, eu engano. Me faço com a rapidez de quem desfaz. Paradoxal, sem dono.

Não gosto do obvio, sinto a música (dos vídeos) de olhos fechados. Se eu abro os olhos vejo o que não quero. E quando vejo o que quero: o meu querer muda. E nessa busca constante eu nunca me perco… Não se perde o que não se tem! Eu não sou propriedade minha, eu sou do mundo, do vento, da estação! Toda exceção tem regra, ou toda regra que tem exceção?

Raramente, é quase nunca. Quando o ‘quase querer’ é muito ruim: ele fica bom!

.

set
1

Depois da pancada: a dor é obvia. O foco dela está na dor, ela pensa no assunto no tempo livre e até mesmo quando precisa mudar a direção. A negatividade toma conta do ar e tudo o que ela absorve são coisas ruins. É como se jogassem um pózinho mágico que torna tudo obscuro e as cores viram variações de cinza. Mergulhada num rio de dor afasta tudo e todos, culpa o mundo, desacredita em Deus.

Mas, a terra gira e como todos dizem: “o mundo não pára para que você conserte seu coração”. E ela acaba mudando o foco… Ela tem que mudar, não tem escolha. Quando passa o temporal é forçada a sair do quarto, do seu canto. A luz lá fora atravessa as frestas da janela e mesmo que ela não queira ver o sol nascer, ele nasce. Ele brilha, transmite calor, irradia! O ferimento que antes sangrava, agora estancou. Seus olhos que vertiam uma infinidade de lágrimas: secaram. Sua alma embora despedaçada, ainda possui uma essência.

Os dias não ficam mais coloridos por causa disso, mas, num impulso ela abre as janelas, sente o arrepio do vento, o calor do sol. E acaba lembrando que tem lápis de cor em cima da mesa. O sol, o vento, as cores e tudo que pode chamar a atenção gritam pra ela que é só o começo! É, ela tira o foco da dor e com o passar do tempo (sim, sempre o tempo! Ah, me pergunte como o tempo provoca reações adversas) as dilacerações viram cicatrizes.

Num outro dia o sol se esconde e a preguiça não a deixa alcançar os lápis na mesa. Na cama seu pensamento encontra as feridas, agora elas são cicatrizes. Quando ela percebe, está de novo com lágrimas nos olhos. Engraçado, ela se apegou a dor e também as lágrimas.

O choro não é real, não vem da alma, não rasga ainda mais a grande ferida… Porque é pura melancolia! A ferida fechou, e agora só restam cicatrizes. Quando ela se dá conta seus olhos se abrem para uma realidade desconhecida. Suas cicatrizes têm matizes, tons, e seu relevo é o que dá graça ao pedaço da alma e coração onde habita! Em volta, outras cicatrizes. Um dia nublado de muitas revelações…

Ela gosta das cicatrizes. Ela, na verdade, prefere a elas.

(Inspiração não se explica, deu vontade. Quem sabe Ela algum dia ganha um nome, mais histórias, e talvez até explicações… Mas, hoje é isso, ela gosta das cicatrizes, é só um fato!)

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