Eu gosto de ir à praia no inverno. Alias, é mais que meramente gostar. É quase uma necessidade fÃsica! Chego a sentir uma necessidade, de sentir a maresia gelada cortando meu rosto e cada grão de areia escorrendo pela minha mão, a incrÃvel textura da água morna que estoura na areia bem no finzinho do dia. Gosto do céu azul me encarando e o vento me alertando pra natureza da qual eu tento fugir… Mesmo que eu sequer entre na água, olhar o mar e sentir aquela paz, já me basta!
Tardes ensolaradas têm cara de Pedra do Arpoador, dá vontade de sentir a brisa quente de cima, e observar a visão do Leme ao Pontal. Mas em dias como hoje, quando o céu está em tons de gris e o mar revolto, eu me desloco pro Leme. Sento na grama perto do forte, olho os pescadores e toda extensão de Copa Beach.
Gosto quando tenho tempo de energizar. Eu não tive animo de sentar na areia, nem tocar o mar, caminhar com os pés fincados na areia e muito menos de molhar os tornozelos. Eu só segui pelo calçadão, do forte da Copacabana até o forte do Leme, sentei na graminha e depois quis chegar mais perto, desci até as pedras. Quando as ondas estouravam nas pedras, o ar vinha com grandes gotas de água salgada, batiam no meu rosto e eu só conseguia rir. Não mergulhei, mas lavei a alma. Às vezes não precisamos nos meter no mar revolto, a confusa ressaca só nos dá caldo. Muitas vezes nos afoga.
Antes de chegar ao Leme, peguei uma Coca-cola, quando sai de lá peguei outra. É quase um ritual. Me faz bem, me traz calma, aquieta a alma. A coca-cola é um vicio, de cara dou poder ao meu ego. O mar é forte, subtraio forças. A terra (areia) é firme, aprendo com ela. Na pedra encontro a motivação certa, mil ondas podem se quebrar nela e ela permanece. O céu, azul ou gris, nunca perde sua beleza (ah, me pergunte mais vezes do céu). O vento é importante, ele traz como leva, ele tem voz e é dono de si. Me sinto mais perto da força superior, a natureza é a prova viva, algo muito maior rege todo esse grande universo!
Em uma tarde como essa, num lugar de tamanha energia positiva, fica muito palpável o quanto eu preciso ficar sozinha à s vezes. Gosto do silencio, na minha cabeça existem tantas vozes, muitos EU’s. Quando as vozes em volta de mim se calam, ouço melhor minhas metades, e até consigo controlá-las. Sou capaz de ficar sentada ali horas, pensando em tudo, organizando idéias. E quando sinto que tudo está sob controle: minhas vozes se completam, entram num acordo. Consigo, com louvor, ouvir o vento e até o grande ruÃdo do mar. Ganho forças pra continuar nessa busca (nem sempre incansável) pelo autoconhecimento, porque só quem se conhece, se doma! Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho, já dizia Cazuza.
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