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Cicatrizes

Depois da pancada: a dor é obvia. O foco dela está na dor, ela pensa no assunto no tempo livre e até mesmo quando precisa mudar a direção. A negatividade toma conta do ar e tudo o que ela absorve são coisas ruins. É como se jogassem um pózinho mágico que torna tudo obscuro e as cores viram variações de cinza. Mergulhada num rio de dor afasta tudo e todos, culpa o mundo, desacredita em Deus.

Mas, a terra gira e como todos dizem: “o mundo não pára para que você conserte seu coração”. E ela acaba mudando o foco… Ela tem que mudar, não tem escolha. Quando passa o temporal é forçada a sair do quarto, do seu canto. A luz lá fora atravessa as frestas da janela e mesmo que ela não queira ver o sol nascer, ele nasce. Ele brilha, transmite calor, irradia! O ferimento que antes sangrava, agora estancou. Seus olhos que vertiam uma infinidade de lágrimas: secaram. Sua alma embora despedaçada, ainda possui uma essência.

Os dias não ficam mais coloridos por causa disso, mas, num impulso ela abre as janelas, sente o arrepio do vento, o calor do sol. E acaba lembrando que tem lápis de cor em cima da mesa. O sol, o vento, as cores e tudo que pode chamar a atenção gritam pra ela que é só o começo! É, ela tira o foco da dor e com o passar do tempo (sim, sempre o tempo! Ah, me pergunte como o tempo provoca reações adversas) as dilacerações viram cicatrizes.

Num outro dia o sol se esconde e a preguiça não a deixa alcançar os lápis na mesa. Na cama seu pensamento encontra as feridas, agora elas são cicatrizes. Quando ela percebe, está de novo com lágrimas nos olhos. Engraçado, ela se apegou a dor e também as lágrimas.

O choro não é real, não vem da alma, não rasga ainda mais a grande ferida… Porque é pura melancolia! A ferida fechou, e agora só restam cicatrizes. Quando ela se dá conta seus olhos se abrem para uma realidade desconhecida. Suas cicatrizes têm matizes, tons, e seu relevo é o que dá graça ao pedaço da alma e coração onde habita! Em volta, outras cicatrizes. Um dia nublado de muitas revelações…

Ela gosta das cicatrizes. Ela, na verdade, prefere a elas.

(Inspiração não se explica, deu vontade. Quem sabe Ela algum dia ganha um nome, mais histórias, e talvez até explicações… Mas, hoje é isso, ela gosta das cicatrizes, é só um fato!)

.

1 comentários »

    Ju Matsuba 01-09-10 - 18:34

    Ela me inspirou a escrever também.

    Gosto do drama que tu põe nos textos… algo que prende a respiração.. acabo sentindo o texto.
    Muito bom.
    beeijo.!


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