momentos de (in)sanidade » 2010 » agosto » 28
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ago
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Cai a noite sobre a minha indecisão. Sobrevoa o inferno minha timidez…
Um telefonema bastaria, passaria a limpo a vida inteira.
Cai a noite sem explicação… sem fazer a ligação!

Esperei chegar a hora certa por acreditar que ela viria.
Deixei no ar a porta aberta no final de cada dia.
Cai a noite doce escuridão, de madura vai ao chão.

Na hora da canção em que eles dizem “baby” Eu não soube o que dizer
Ah…vida real!  Como é que eu troco de canal? Ah…vida real! Tchau!!!

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Eu guardo um segredo. Um segredo que não é meu. Esse segredo corrói minha alma, é pior que um punhal cravado -a sangre frio- no coração. Dói, como nenhuma dor já doeu algum dia. O sangue, que sairia com a perfuração do punhal nas costas, se externa em forma de lágrimas. Lágrimas doces, salgadas, amargas e azedas. Quando elas me fogem pelos olhos são doces, me fazem acreditar que trarão alivio. Ao passarem pelas bochechas (de vagar) são azedas, como acido, e queimam minhas maças. Nos meus lábios, algumas, morrem amargas. As que fogem e se jogam no chão (ou se afogam na minha roupa) são salgadas, golpeiam como cristais de sal.

Eu não quero palavras… As mentiras -que sempre contam pras pessoas que sofrem- já não funcionam comigo, e as verdades: aprofundam a dor na alma. Por isso, repito: não quero palavras. Até porque as perguntas também não me servem, o segredo não posso contar. Tu te lembras que o segredo não é meu? Não posso entregá-lo nem ao vento, a terra fechada também não me ouviria e as águas o espalharia ainda mais. Me resta entregá-lo ao fogo que queima no intimo do meu ser, com a lenha da minha dor.

Hoje no meio de tantas vozes um sorriso me prendeu. O abraço não chegou à minha alma, e as perguntas não me perturbaram.  O que me distraiu foi o olhar, eu vi preocupação neles. Será que tu és capaz de transformar esse olhar em compreensão? Ao invés de palavras, gestos. No lugar dos sorrisos, uma canção de ninar. Tenho certeza que tu serias capaz de calar as vozes por algum tempo, se o teu olhar silenciou minha bagunça interna… O que não me faria teu toque?

Na verdade, me falta um amigo. Uma amizade: sem segundas intenções, sem sexo, sem maldade, sem interesse. Onde tenha de sobra inocência, compreensão e toque. E o silencio não seja um problema. Alguém que saiba a hora de me distrair e de me deixar sofrer, que entenda minha necessidade de aprender com meus erros, e não canse de me ajudar a juntar meus pedaços e fazer parar o sangramento das terríveis dilacerações!


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